segunda-feira, 14 de março de 2011

Verão Alvinegro: Retorno do Furacão do Estreito

Após mais de dois meses em total abandono, o blog Furacão do Estreito volta à ativa. Para tanto, logo na primeira postagem traz uma breve retrospectiva do que se passou durante esse período, ou seja, primeiro turno do Campeonato Catarinense, mais algumas rodadas do returno.
O Figueirense começou o ano ficando apenas no empate em 1x1 contra o Metropolitano, em Blumenau. O futebol apresentado não foi nem de perto o esperado, mas o forte calor e a falta de ritmo de jogo foram determinantes para o fraco desempenho. Mesmo saindo atrás no marcador, o alvinegro reagiu e Washington impediu a derrota logo na estréia.
Todavia, já na 2ª rodada do estadual, o futebol que credenciou o alvinegro a retornar à elite do futebol em 2010 reapareceu. Com o time mais solto em campo, imprimindo maior velocidade e aumentando o poder de finalização das jogadas criadas, o Figueira não teve dificuldades para sapecar o Joinville no Scarpelli, ganhando a partida com um convincente 4x0. Os gols foram marcados por Renato, Heber, Wellington e Fernando Gabriel. Seria o início da arrancada rumo à conquista do primeiro turno.
O jogo seguinte foi contra o Brusque, também no gramado do Orlando Scarpelli e o que se viu foi mais um show alvinegro, resultando em nova goleada, dessa vez por 5x2. De forma avassaladora e confirmando a superioridade alvinegra, Túlio, Renato, Heber, Breitner e Wellington marcaram os gols que selaram a vitória e puseram o Figueira, à época, na liderança do campeonato, em razão do maior saldo de gols.
O próximo confronto foi em Itajaí, diante da equipe do Marcílio Dias. A expectativa era de que o bom futebol apresentado nas últimas duas rodadas diante do torcedor alvinegro se repetisse, agora longe de seus domínios. Mas, não foi o que aconteceu. Mesmo tendo a maior posse de bola no início da partida, o Figueira não conseguia furar o bloqueio imposto pela equipe marcilista. Desta forma, em um contra-ataque, o time de Itajaí inaugurou o placar, fazendo com que o Figueirense precisasse correr atrás do marcador novamente. Conseguiu chegar à igualdade após boa jogada de Juninho que finalizou na trave, no rebote, Reinaldo empurrou para o fundo das redes e decretou o 1x1 no placar.
Já pela 5ª rodada do estadual o Figueira enfrentou o Concórdia em casa. Com um primeiro tempo bastante truncado e com o Galo do Oeste completamente fechado, marcando sempre atrás da linha da bola, o primeiro tempo terminou no 0x0. Porém, na segunda etapa a história foi diferente. Voltando do vestiário determinado a vencer o jogo, o Figueira aumentou a velocidade para tentar fugir da forte, e por vezes desleal, marcação do Concórida. Em uma saída errada de bola, Maicon ficou com a pelota e deu um tapa colocando-a no ângulo do arqueiro Segala. Placar de 1x0 e tranqüilidade para apenas aumentar o marcador.Heber marcou o segundo para o alvinegro e o craque Fernandes fechou o placar em 3x0 e chegou aos seu gol de número 99 com a camisa alvinegra.
Pela 6ª rodada o Figueira foi a Chapecó enfrentar o Verdão do Oeste e protagonizou um dos jogos mais emocionantes do campeonato. Mesmo com um movimentado primeiro tempo o placar não saiu do zero. As emoções estavam guardadas para a segunda etapa, quando com apenas 1 minuto o zagueiro Renato abriu o placar para o Figueira. Logo aos sete minutos a Chapecoense conseguiu chegar à igualdade após pênalti infantil cometido pelo lateral Bruno. Aloísio cobrou e marcou. Nem 10 minutos depois o time da casa alcançou a virada com Aloísio, que contou com o desvio da zaga para enganar o goleiro Wilson. O jogo seguia um ritmo eletrizante, pois com pouco mais de um minuto da virada o Figueirense chegou ao empate, desta vez com Breitner, após boa jogada de Bruno que deu a assistência. Com o jogo em aberto, foi a Chape que conseguiu passar a frente no marcador novamente. Aos 34 minutos, Everton Cezar tocou no canto do arqueiro alvinegro. Contudo, apenas 2 minutos depois, o time da Capital conseguiu igualar. Após cobrança de falta de Breitner, Kleber Goiano jogou contra a própria meta e deu números finais ao jogo. 3x3.
A rodada seguinte, de número 7, reservava a todos muitas emoções, pois ocorreria o clássico de número 392, que seria disputado dentro do Orlando Scarpelli. A expectativa era grande, principalmente em razão das posições ocupadas pelas equipes na competição. Enquanto Figueira liderava o Catarinense o Avaí vinha em uma luta inglória pelas últimas posições da tabela. Mas, a velha máxima prevaleceu: Em clássico, não há favoritos.
O Alvinegro abriu o placar logo no início do jogo, aos 4 minutos, com Heber, após belo passe de Maicon. Seria o início de uma goleada? Infelizmente não, pois após algumas chances de ampliar o placar serem jogadas pela linha de fundo, Túlio falhou na saída de bola e possibilitou o empate azurra pelos pés de Rafael Traíra.
Na volta do intervalo, logo aos 7 minutos a equipe do mangue conseguiu o que parecia impossível. Após cobrança de escanteio alvinegro o Avaí pegou o “contra-ataque” e numa dividida entre Maicon e o meia avaiano a bola sobrou limpa para Rafael Traíra tocar pra Willian empurrar para o fundo do gol. Virada avaiana.
Mas, como é sabido, certas coisas só acontecem de tempos em tempos, mais precisamente de 20 em 20 anos, como é o caso de uma vitória azul dentro do Scarpelli. Por isso, o alvinegro foi pra cima e chegou ao empate aos 13 minutos. Após cobrança de escanteio de Breitner, Wellington subiu mais que todo mundo e testou firme sem qualquer chance para o arqueiro semi-profissional do time do sul da ilha. Mais uma vez o clássico terminou sem vencedores. É o quinto empate consecutivo entre as equipes.
O jogo seguinte foi contra o Criciúma, no Sul do Estado. O Figueira defendia a liderança e mesmo um empate o manteria como primeiro colocado. Entretanto, foi na 8ª rodada do primeiro turno que o Furacão conheceu sua primeira derrota. Em um campo encharcado o jogo não poderia ser diferente: truculento, muito mais visando o combate do que o jogo técnico impedido pela forte chuva que caiu antes do jogo, o que fez com que o jogo fosse equilibrado. Com um primeiro tempo de poucas chances claras, o placar não saiu do zero.
Na segunda etapa, o Criciúma veio mais ligado e logo nos primeiros minutos teve um gol anulado. Mas, aos 7 minutos, novamente Roni entrou pela direita e bateu forte, Wilson espalmou para o meio da área e Pedro Carmona completou para as redes. Daí em diante ocorreu uma sucessão de gols perdidos pelo Figueirense. O que teve de chute pra Lua foi um absurdo. O Figueira foi todo pressão durante o segundo tempo, mas foi o Tigre que marcou e definiu o jogo. Após uma balão da zaga o atacante criciumense contou com a sorte para passar por Ygor e ficar na cara de Wilson, soltou a bomba e decretou o 2x0 no placar aos 39 minutos.
O Figueira perdia, faltando apenas uma rodada, a liderança da competição e dependeria de outros resultados para retomá-la.
Pela nona e última rodada do turno o Alvinegro recebeu o Imbituba no estádio Orlando Scarpelli. Além de vencer tinha que secar Joinville e Criciúma, que enfrentavam Metroplitano e Marcílio Dias, respectivamente.
O Alvinegro fez seu papel, vencendo o Imbituba por 4x1. O Joinville também fez o seu e mais uma vez dentro da Arena paga por todos nós entregou um jogo decisivo, tomando de 4 do Metrô, ficando apenas com a 4ª colocação. O tigre perdeu em Itajaí, sendo ultrapassado pelo Figueira.
O Alvinegro fez seu papel, vencendo o Imbituba por 4x1. O Joinville também fez o seu e mais uma vez dentro da Arena paga por todos nós entregou um jogo decisivo, tomando de 4 do Metrô, ficando apenas com a 4ª colocação. O tigre perdeu em Itajaí, sendo ultrapassado pelo Figueira.
Os gols alvinegros foram marcados por Heber (2x), João Paulo e Fernandes. Este que alcançou a marca de 99 gols marcados com a camisa do Figueirense.
Com os resultados as semi-finais do turno seriam Figueirense x JEC e Criciúma x Chapecoense.
Se durante o primeiro turno o JEC havia sido goleado no Scarpelli, desta vez vinham dispostosn a escrever uma história diferente. Todavia, a superioridade alvinegra foi comprovada mais uma vez.
Logo aos 4 minutos de jogo o Figueira conseguiu abrir o placar com Breitner. Mesmo com a vantagem do empate, o alvinegro manteve-se pressionando o adversário e 10 minutos depois chegou ao segundo gol. Mas, não foi um segundo gol qualquer, foi um fato histórico: o gol de número 100 de Fernandes, o maior ídolo da história do clube. Após cruzamento de Bruno no segundo pau, Breitner cabeceou para o meio da área e o Craque da camisa número 10 apenas empurrou para o fundo das redes.
Mesmo o gol do Joinville no início da segunda etapa não assustou. O Figueira continuou mandando no jogo e o goleiro Max fazendo boas defesas, sendo um dos principais responsáveis por evitar uma goleada histórica.
Mas, quem tem Fernandes tem tudo. O ídolo marcou o 3° gol alvinegro e chegou aos 101 gols. O Figueirense estava na final do primeiro turno e enfrentaria o Criciúma que havia passado pelo Verdão do Oeste.
MIKAGOL e o antijogo
O Criciúma veio a Florianópolis disposto a não deixar o Figueira jogar. Para surpresa geral começou o jogo marcando pressão nos zagueiros e volantes do Figueira, que nas raras escapadas que conseguiam eram parados de forma faltosa pelo time do Sul do Estado.
Para piorar a situação o estreante Leonardo não estava dando conta do recado e gerava insegurança na defesa alvinegra, bem como não conseguia chegar com solidez ao ataque. Maicon estava praticamente isolado no meio-campo e pouco criava. Fernandes e Breitner apenas assustaram com chutes de longa distância.
Eis que aos 21 minutos do primeiro tempo, em uma cobrança de falta que muito me lembrou a de Lelo para o Marcílio Dias na semi-final do Estadual de 2001, quando a equipe de Itajaí eliminou o Furacão em pleno Orlando Scarpelli. O local da cobrança foi bastante semelhante, o canto onde entrou a bola é o mesmo. A diferença ficou por conta da altura da bola, enquanto em 2001 ela entrou no canto baixo do então arqueiro Alexandre Pavão – bastante questionado na época – desta vez ela foi no ângulo de Wilson, que nada pode fazer.
O Figueira tentou de todas as formas chegar ao empate. Mas a truculência e o antijogo venceram. A partida, em determinado momento do 2° tempo, chegou a ficar paralisada por mais de 5 minutos em apenas um lance. Enfim, o Figueirense não conseguiu buscar um mísero empate que lhe daria o título do primeiro turno e a taça ficou com o Tigre.
Queda de Márcio Goiano
Na segunda-feira após o jogo, enquanto a torcida ainda sentia as dores de deixar um título, a vaga pra final do campeonato e uma vaga na Copa do Brasil escaparem, a diretoria alvinegra, sem nenhuma dó nem piedade, apunhalou pelas costas o seu torcedor com a notícia da demissão do treinador que tinha 62% de aproveitamento, com um total de 70 jogos, 36 vitórias, 22 empates e apenas 12 derrotas.
Mesmo sem haver motivos para tanto, os comandantes do futebol alvinegro resolveram pela troca de comando e logo na terça-feira já estavam apresentando o substituto do eterno capitão: Jorginho. Não, não era piada. O ex-auxiliar de Dunga foi o nome que substituiu o antigo treinador.
Somente Marco Moura Teixeira para ter tanta “convicção” de que estava fazendo o que era “melhor para o Figueirense”. Tá bom, me engana que eu gosto!
Os dias 27 e 28 de fevereiro, somado ao dia 1 de março certamente representaram um inferno astral para o torcedor alvinegro. Um ano que prometia muito, tornou-se uma incógnita do dia pra noite.
Returno
Mal chegava o novo treinador, apresentado no dia 3 de março, o Figueira já tinha seu primeiro compromisso pelo returno do Catarinense. Sem ser ainda treinado pelo novo comandante o Alvinegro passou com facilidade pelo Metropolitano, goleando-o por 5x1 em pleno Orlando Scarpelli. Jorginho apenas assitiu tudo das arquibancadas e fez muitos elogios ao time em entrevista às rádios após o jogo.
Na segunda rodada, diante do Joinville, na Arena paga por todos nós, ocorreu a estréia do novo treinador.
A equipe base do Figueira foi mantida, mas o JEC começou criando algumas boas chances. Porém, passados alguns minutos o Figueira equilibrou a partida e em cobrança de falta de Breitner, contando com total ajuda de Max, abriu o placar.
Tudo corria bem até que aos 16 minutos da etapa final Jorginho resolve interferir e em uma típica substituição retranqueira retira Breitner para colocar Coutinho. Jackson já havia substituído Túlio. Assim, com 3 volantes em campo, o JEC veio pra cima. Na verdade o Figueira que recuou, dando campo para o adversário avançar. O empate era questão de tempo e ele veio. Mais uma vez o Furacão deixou escapar aquela que seria a sua primeira vitória como visitante.
Agora resta esperar pela próxima quarta-feira, data de Brusque x Figueira, que foi adiado em consequência das chuvas na região do Vale do Itajaí para ver se é desta vez que conquistaremos os primeiros 3 pontos longe do Orlando Scarpelli.

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